quarta-feira, 8 de abril de 2009

Fonte do Ídolo

A Fonte do Ídolo fica na Rua do Raio, em pleno centro urbano de Braga. Trata-se de um local de culto que terá origem indígena, mas que continuou a ser utilizado em época romana. É um dos monumentos mais bem preservados da época em Braga e está classificado como Monumento Nacional desde 1910. Localizado num antigo quintal urbano, é um santuário rupestre dedicado por Celico Fronte a uma divindade fluvial, Tongonabiago, em que se destaca uma figura togada esculpida na rocha.

Para quem visita a Fonte do Ídolo, salta à vista o enquadramento do espaço na continuidade urbana. Apenas o nome do local, cravado no ferro que reveste toda a zona de entrada, mostra a quem passa que ali está mais uma janela museológica relativa ao passado de Braga.

Lá dentro, uma decoração moderna, que mistura madeira com materiais como o ferro, dá acesso a uma espécie de átrio, que serve de plataforma para observar a imagem do ídolo, na parte de baixo. Tudo muito simples, mas que qualifica o espaço.

História
Localizada fora do perímetro da muralha, a Fonte do Ídolo (ou "Quintal do Idro") foi edificado nos inícios do séc. I e é o único monumento romano que sobreviveu intacto até aos nossos dias.

Trata-se de um santuário rupestre, dedicado a uma divindade fluvial indígena, Tongoenabiago, mandado construir por Celico Fronto, originário de Arcóbriga. Talhado no granito, o monumento desenvolve-se numa superfície vertical, onde se encontram as dedicatórias, bem como os relevos esculpidos.
Escavações efectuadas nos anos 50 permitiram descobrir bases e fustes de colunas, entre outros vestígios, sugerindo a existência de um templo ou de outra construção associada ao santuário, embora esta hipótese não tenha sido comprovada em escavações posteriores.

Numa superfície vertical com cerca de três metros de largura observa-se na parte esquerda, uma estátua com cerca de 1,10 metros. Devido ao avançado estado de degradação, não foi possível verificar se se tratava de uma figura feminina ou masculina. No entanto, percebe-se que é uma personagem togada que segura na mão um objecto.

A Fonte do Ídolo é considerada um local de grande relevância patrimonial e científica, quer pela sua originalidade, quer também pela informação que faculta acerca das divindades indígenas veneradas nos primórdios da Gallaecia meridional. Segundo Sande Lemos, arqueólogo da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, a Fonte do Ídolo é, talvez, a par de Panóias, “um dos mais conhecidos monumentos de epigrafia rupestre romana do Noroeste da Península Ibérica. A sua imagem tem sido difundida através de inúmeras publicações científicas e obras de divulgação”.

Mais descobertas
Na visita que fizemos ao local, podem sentir-se, também, as obras que estão a ser feitas no edifício dos “Correios”, que fica mesmo em frente. Os arqueólogos sustentam que ambos os espaços podem estar relcionados.

A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho já lá descobriu um edifício da época romana, possivelmente associado a rituais funerários. A estrutura estará ligada ao vizinho santuário da Fonte do Ídolo e, é certo, vai ser integrada no futuro centro comercial que será construído no local.

Este edifício e quatro sepulturas raras encontradas no mesmo local serão conservados 'in situ' e musealizados, podendo ser visitados pelo público a médio prazo.

Na secção Multimédia ou aqui pode consultar o mapa sobre a Fonte do Ídolo, bem como uma fotoreportagem, onde poderá obter mais informações.


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